Durante anos, os cristãos sírios vinham orando por um
avivamento. “Mas nunca imaginamos que isso viria junto com uma guerra”, conta
um líder da igreja local. Após sete anos de guerra civil, a Síria está em
ruínas.
A maioria das famílias cristãs deixaram o país no início da
guerra, tomados pelo pânico diante da possibilidade de serem mortos. Os líderes
cristãos que ficaram, observavam a frequência das igrejas diminuir
constantemente.
Em meio aos escombros, os pastores deram o seu melhor para
ajudar aqueles que precisavam. Muitas igrejas viraram abrigos, centros de
distribuição de alimentos e enfermaria, atendendo a qualquer pessoa
que chegasse às suas portas, pedindo ajuda.
Depois de um tempo, o que antes era impensável começou a
acontecer. Muçulmanos que procuraram as igrejas em busca de algum tipo de
apoio, ficaram para os cultos e começaram a fazer muitas perguntas sobre o
cristianismo. Dentro de pouco tempo, muitos começaram a se converter.
Hoje em dia há igrejas cheias de ex-muçulmanos. Para os
líderes cristãos sírios, trata-se de um inesperado avivamento.
Como muitos outros que abandonaram o Islã, Kalia chegou à
igreja procurando ajuda. Ela disse: “Nos ofereceram ajuda e orações. [No
início], rejeitei as orações. Mas depois me perguntei, como os cristãos oram?
Então eu voltei ao templo, desta vez com minha irmã, só para ver”.
A história de conversão de Kalia é marcada pela demonstração
palpável da graça de Deus. Ela veio de uma família composta de pastores. Todos
moravam na região de Raqqa e seu marido era um “homem terrível”, um extremista.
Somente quando o exército sírio começou a retomada da cidade os simpatizantes
do Estado Islâmico tiveram de fugir.
Toda a família de Kalia saiu da cidade. Fugindo de cidade em
cidade, sua família decidiu ir para o Líbano, mas eles não tinham nada.
Desesperada por ajuda, Kalia começou a procurar ajuda até no último lugar que
ela poderia imaginar: a igreja.
Quando ela se converteu, seu marido respondeu com violência
física. Contudo, algum tempo depois ele contraiu uma doença grave, que o deixou
à beira da morte. Os membros da igreja oraram por sua cura. Recuperado, ele
reconheceu a Jesus e toda a família se converteu.
O genro de Kalia, que estava estudando islamismo na Arábia
Saudita, foi ao Líbano para convencê-los de apostasia. Quando ouviu o
Evangelho, também foi tocado e passou a seguir Jesus. Lembrando disso, Kalia
disse: “Quando aceitamos Jesus, soubemos que Deus havia se empenhado para que
nós o conhecêssemos. Ele estava falando conosco, mas não sabíamos disso”.
Toda a família voltou para a Síria e hoje servem em uma
igreja local. Os líderes cristãos acreditam que, se não fosse pela guerra
civil, famílias como a de Kalia nunca teriam sido expostas ao Evangelho.
Antes da guerra, havia muitos cristãos nominais que, com o
passar do tempo, pararam de frequentar a igreja. Há casos como o de Joseph,
nascido em uma família cristã ortodoxa, mas que nunca tinha ouvido o Evangelho
de verdade antes da guerra.
Um dia, as forças armadas chegaram à sua aldeia. Todos os
cristãos, incluindo sua família, foram atacados pelos soldados. Seu pai foi
assassinado por eles na porta de casa. Joseph, sua mãe e seu irmão mais novo
foram forçados a fugir para não morrerem também. Conseguiram chegar em Damasco,
mas não tinham abrigo e nem dinheiro.
Eles foram a uma igreja evangélica pedir ajuda. Estiveram e
algumas reuniões e ouviram músicas de adoração que nem sabiam que existiam.
Pela primeira vez ouviram a mensagem redentora do Evangelho, não uma mensagem
sobre moral.
Ao falar sobre todas as mudanças de sua vida, após a
tragédia com o seu pai, Joseph enche o rosto de lágrimas. Ele diz que “Deus é
tão bom, eu sou tão agradecido pela salvação”.
Sem dúvida, a guerra civil síria deixou um impacto terrível
no país. As ruas de muitas cidades estão tomadas pelas ruínas, um lembrete
constante do conflito que transformou completamente a vida de todos os sírios.
No entanto, como estas histórias ilustram bem, a
transformação dentro dos corações de tantos sírios é algo bastante diferente.
Apesar da morte e da tristeza que os cerca, em seu interior eles sentem paz e
esperança pela primeira vez na vida. Com informações de International Christian Concern